Quando falamos em reabilitação da mão, principalmente em casos ortopédicos, neurológicos ou reumatológicos, as órteses têm um papel muito importante dentro do processo terapêutico. Mas nem toda órtese é igual e, entender essa diferença, pode impactar diretamente na eficácia do tratamento e no seu conforto durante o uso.
Ao contrário do que muitos pensam, não é “só imobilizar que melhora” ou que tanto faz optar por uma órtese pronta ou confeccionada por um terapeuta. A verdade é que só uma avaliação individualizada pode determinar qual é o recurso mais adequado para cada caso.
A órtese é uma ferramenta terapêutica extremamente estratégica. Ela pode ser usada para proteger estruturas, aliviar dor, reduzir edema, promover repouso, auxiliar no movimento ou mesmo facilitar a função durante as atividades do dia a dia. E para que ela realmente cumpra seu papel, é preciso que seja pensada de forma técnica e individual.
Neste artigo, quero te explicar de forma simples e clara a diferença entre uma órtese pré-moldada e uma confeccionada sob medida com material termoplástico. Assim, você vai entender por que esse detalhe faz tanta diferença no seu tratamento.
Vamos lá?
O que é uma órtese personalizada sob medida?

Assim como o nome sugere, uma órtese sob medida é confeccionada diretamente na mão do paciente, após uma avaliação cuidadosa feita por um terapeuta ocupacional especializado em reabilitação da mão.
Ela é feita com um material termoplástico de baixa temperatura, que é aquecido e moldado no próprio corpo da pessoa, respeitando a anatomia, o grau de dor, a limitação e os objetivos terapêuticos de cada caso. Ou seja, não é apenas uma peça de imobilização, e sim uma ferramenta técnica, feita com precisão, para atender exatamente o que aquela mão precisa naquele momento.
O posicionamento da mão, o ângulo da articulação, o tamanho e o formato da órtese são definidos com base no que a pessoa realmente precisa e também no que ela tolera utilizar. O objetivo para indicação de órtese pode ser muito variado, como aliviar dor, proteger uma articulação após uma cirurgia, diminuir inchaço, melhorar a amplitude de movimento, ou até mesmo permitir que a pessoa realize uma atividade com mais conforto e segurança.
Ela pode ser indicada para diferentes diagnósticos, como lesões ortopédicas, doenças reumatológicas, alterações neurológicas, entre outros. É leve, respirável, permite que a pele seja higienizada, pode ser retirada em momentos específicos quando o profissional orientar, o que favorece muito a adesão ao tratamento e o bem-estar da pessoa.
E por que não optar por uma pré-moldada?
As órteses pré-moldadas, que costumamos encontrar em farmácias ou lojas de produtos ortopédicos, são feitas em tamanhos padronizados, geralmente P, M ou G, com base em medidas genéricas. Mas nossas mãos não seguem esse padrão. Cada pessoa tem um formato, uma necessidade, uma limitação diferente. E é justamente aí que mora o problema, porque a órtese pronta raramente se encaixa de forma adequada ou oferece o posicionamento ideal que a mão precisa para se recuperar.
Além disso, essas órteses são, muitas vezes, compradas sem orientação profissional ou indicadas por pessoas que não têm formação específica em reabilitação da mão. Isso pode gerar um uso inadequado e, ao invés de ajudar, acabar prejudicando o processo terapêutico. Já vi casos em que a órtese apertava demais, piorava a dor ou impedia um movimento que ainda precisava ser estimulado. O risco de causar mais desconforto do que alívio é real quando não há um olhar técnico envolvido.
Em situações muito específicas, até pode haver uma indicação temporária de órtese pré-moldada por um especialista, por exemplo, quando não é possível fazer uma sob medida naquele momento ou local. Mas é importante saber que essa é uma exceção. A órtese feita sob medida continua sendo a opção mais segura, eficaz e confortável para a grande maioria dos casos.
Órtese sob medida X gesso

Grande parte das pessoas que passaram por uma lesão ou cirurgia já teve contato com o gesso. Ele imobiliza, sim, mas também traz uma série de desconfortos, é pesado, esquenta, a pele não respira, não dá para higienizar, pode causar coceira e, com o tempo, até problemas de pele. Em muitos casos, o terapeuta ocupacional pode substituir a tala gessada por uma órtese sob medida, feita com material termoplástico e o paciente pode sentir uma grande diferença.
A órtese termoplástica é leve, confortável, permite que a pele respire, pode ser retirada com orientação profissional para higienização e ajustes, e ainda oferece um encaixe anatômico, feito exatamente para a sua mão. Isso melhora tanto a experiência do paciente durante o uso, como também a efetividade do tratamento. E quando falamos de recuperar a função, esses detalhes fazem toda a diferença.
Além disso, a órtese personalizada pode ser adaptada ao longo do tratamento, conforme a evolução do quadro, algo que o gesso não permite. Ela pode ser desenhada para repouso, para facilitar movimentos, proteger estruturas específicas ou até para ajudar a realizar uma atividade do dia a dia. É um recurso moderno, técnico, confortável e, acima de tudo, pensado para a realidade de cada pessoa.
Se você está passando por um processo de reabilitação ou recebeu indicação para usar uma órtese, converse com um terapeuta ocupacional especialista em membros superiores.
Estou à disposição para avaliar o seu caso e, se for necessário, confeccionar uma órtese sob medida que realmente contribua para sua recuperação e sua autonomia.



